sexta-feira, 31 de dezembro de 2010


O Aldrabão Compulsivo

Na divulgação dos resultados do PISA, Sócrates deu como exemplo de importante medida para que se alcançassem tais resultados a criação dos grandes agrupamentos de escolas (School Clusters). Esqueceu-se de explicar como é que uma medida imposta em 2010 (e ainda não aplicada) influenciou os resultados de 2009!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010


Escândalo

PISA 2009 (Programme for International Student Assessment, da OCDE-Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico)

Os indícios de manipulação que estão a ser descobertos sobre a administração do teste PISA 2009 são gravíssimos para a credibilidade externa do Estado português e a confiança dos portugueses no sistema de ensino: amostra enviesada (não aleatória) de escolas, com inclusão de melhores estabelecimentos e até afastamento de algumas previamente seleccionadas; em cada escola, escolhidos os alunos «melhorzinhos» para o teste em cada escola; suspeitas de seriação de provas com exclusão dos testes dos piores alunos; e preparação e treino dos testes, instruído por gabinete ministerial.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010


Faço projectos, planos, planificações;
Sou membro de assembleias, conselhos, reuniões;
Escrevo actas, relatórios e relações;
Faço inventários, requerimentos e requisições;
Escrevo actas, faço contactos e comunicações;
Consulto ordens de serviço, circulares, normativos e legislações;
Preencho impressos, grelhas, fichas e observações;
Faço regimentos, regulamentos, projectos, planos, planificações;
Faço cópias de tudo, dossiers, arquivos e encadernações;
Participo em actividades, eventos, festividades e acções;
Faço balanços, balancetes e tiro conclusões;
Apresento, relato, critico e envolvo-me em auto-avaliações;
Defino estratégias, critérios, objectivos e consecuções;
Leio, corrijo, aprovo, releio múltiplas redacções;
Informo-me, investigo, estudo, frequento formações;
Redijo ordens, participações e autorizações;
Lavro actas, escrevo, participo em reuniões;
E mais actas, planos, projectos e avaliações;
E reuniões e reuniões e mais reuniões!...

E depois ouço,
alunos, pais, coordenadores, directores, inspectores,
observadores, secretários de estado, a ministra
e, como se não bastasse, outros professores,
e a ministra!...

Elaboro, verifico, analiso, avalio, aprovo;
Assino, rubrico, sumario, sintetizo, informo;
Averiguo, estudo, consulto, concluo,
Coisas curriculares, disciplinares, departamentais,
Educativas, pedagógicas, comportamentais,
De comunidade, de grupo, de turma, individuais,
Particulares, sigilosas, públicas, gerais,
Internas, externas, locais, nacionais,
Anuais, mensais, semanais, diárias e ainda querem mais?
Querem que eu dê aulas!?...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O atestado médico por José Ricardo Costa

Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer
uma vigilância. Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica
preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente,
pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.
Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar
com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é:
como justificá-la?
Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no
elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a
camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico. Qualquer pessoa
com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico
será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua
ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação
deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.
Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de
Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre
Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser
explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos
que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da
TVI.
O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O
presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que
ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente.
O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador
apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.
Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do
elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.
Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.
Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em
certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados
ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade
.

sábado, 8 de maio de 2010

o grande salto em frente da educação em Portugal

O "Grande Salto Em Frente" é o nome por que ficou conhecido o período de maior mortandade da história mundial. Na China de Mao, no final dos anos 50, um plano económico teve consequências desastrosas e terão morrido entre 30 a 50 milhões de pessoas. O objectivo era maximizar a produção de cereais para poder criar excedentes, vendê-los e retirar daí o maior lucro possível. O poder central exigia das provìncias o melhor resultado possível, isto é, a maior quantidade de excedentes, fazendo-as competir entre si. Por sua vez as províncias, ou as chefias intermédias com medo de represálias do poder central anunciavam grandes resultados e aumentavam a quantidade de excedentes dos cereais retirando a parte que cabia ao consumo dos próprios camponeses. O poder central queria resultados a toda a força, e as chefias intermédias pretendiam promoções políticas, o sofrimento causado aos camponeses no meio desta história era irrelevante para os dois. Os números apresentados, numa ânsia de agradar ao poder político central, eram cada vez maiores e cada vez mais afastados da realidade. Anunciavam-se os maiores excendentes de cereais de sempre, e na verdade o que de facto acontecia era que a parte de cereais que cabia aos camponeses era cada vez menor e estes começavam a sofrer de fome e a ter dificuldade em sobreviver. A distância entre os números anunciados pelo poder central e os números reais era cada vez maior e após alguns anos de más colheitas foi impossível negar o desastre do plano económico: tinham sido retiradas aos camponeses todas as suas provisões e a grande mortandade derivada da fome começou.

Na crise do sub-prime americano também as chefias centrais, a administração Clinton, promoveu e incentivou um produto de risco em virtude de um objectivo político: uma casa para os pobres, para quem normalmente não tinha dinheiro para uma casa. Os vendedores de produtos financeiros encontraram o estímulo e a cobertura política para um negócio. No terreno, os agentes ganhavam por cada empréstimo que vendiam. Mas um empréstimo é um negócio que só se concretiza na liguidação deste e não na assinatura do contrato. O objectivo do poder político contudo era satisfeito com a distribuição de novas casas, embora estas só pertençam realmente a essas pessoas depois de pagar o empréstimo. A distância da realidade face à obtenção de um objectivo político novamente.

Na educação, em Portugal, o ministério que da tutela achou que o sucesso do ensino se mede pelo número de alunos que um professor numa dada turma "passa". Isto é, se eu dou positivas aos meus alunos todos eu tive sucesso e a turma também. Se eu chumbei alguém tive menos sucesso e a turma também. É lógico que o sucesso do ensino de um determinado professor só pode ser medido por um instrumento externo a ele próprio, como é, por exemplo, um exame, e o sucesso da turma só ocorre se no final de um ano lectivo estes tiverem progredido ao nível das suas competências e etc. O normal é que um professor exigente "chumbe" mais alunos, do que um professor que simplesmente não queira saber. Também é normal que seja o mais exigente que consiga melhores resultados nas aprendizagens dos alunos, mas como este "chumba" mais alunos (fruto da exigência) o seu sucesso, medido pelo Ministério da Educação, é mais baixo. Isto reflecte-se na sua própria avaliação e progressão na carreira. O sucesso real só se pode medir por exames, iguais para todas as turmas e escolas, por isso eles têm vindo a ser desvalorizados e facilitados pela tutela. A facilitação dos exames, a avaliação dos professores e as sucessivas directivas do ministério a impingir o "sucesso escolar" que é uma falácia (na verdade, a expressão significa que os professores têm de aprovar os seus alunos a todo o custo) estão a concretizar um objectivo político: os alunos estão a obter mais aprovações. Isto acontece devido às várias pressões políticas, porque na verdade os professores exigentes passam a ser penalizados e a qualidade das aprendizagens é menor. A distância entre aquilo que o ministério pensa que é a realidade e esta é cada vez maior. Daqui por uns anos a taxa de aprovação será em todas as escolas de 100%, e o nível de iliteracia e ignorância dos alunos em Portugal será a pior de sempre. Aí se verá o resultado do "Grande Salto em Frente" deste Ministério da Educação. Cheira-me que não demorará muito.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Acordo Sindicatos & Ministério da Educação

Pessoal que trabalha nos sindicatos é sempre avaliado com "Muito Bom" e não há quotas para a sua progressão.

O resto fica mais ou menos na mesma!

sábado, 16 de janeiro de 2010