quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A Sinistra Ministra Isabel Alçada

… era uma e meia da tarde, já estava eu a telefonar para Londres, para o Filipe, sempre querido, sempre amigo do meu coração, eternamente infantil, que ainda estava no seu eterno encanto de alma ledo e cego, para lhe dizer, e passo a citar, “olha, a P*** da tua prima foi escolhida para nos foder… (sic)”, e como o outro não percebesse, tive de lhe dizer, “é Ministra, agora…”, e ele, “mas Ministra de quê?…”, e eu, ” Da Educação, a única Pasta, tirando a da Cultura, onde cada um pode ser Ministro…”
Isto é a fase dos “fait-divers”, porque, logo a seguir, fui caindo na Real: Lurdes Rodrigues era uma mulher obcecada, primária, que tinha sabido o que custava subir na vida, a partir do nada, e aqui fica feito o elogio possível, a quem não me merece nenhum respeito, porque nunca se soube fazer respeitar, mas, vá lá, sou cavalheiro. Isabel Alçada é pior, é secundária, cínica, ambiciosa, pretenciosa, “snob”, e com o pior estádio de quem tem “pedigrée”, que é achar que tem mesmo “pedigrée”, e quem não tiver não… existe. É secundária, e dá-te, por meia leca, e a sorrir, uma, duas, três, facadas nas costas. A coisa é substancialmente grave, no momento de derrapagem do Sistema de Ensino. Pode perguntar-se o que é que uma gaja, casada com o Rui Vilar, patrão da Gulbenkian, vem fazer num terreiro deste, onde tudo são trincheiras, minas e atiradores furtivos. A primeira resposta é evidente e é ditada pela vaidade dura e pura, como é típica destas gajas que vêm das bases do Ensino e não se habilitaram academicamente, senão, acima de umas duvidosas cuspidelas curriculares, e esta tem várias. A segunda é redundante: como não tem qualquer ideia para o Ensino, exceto nivelar o lixo por cima, mas está cheia de ideias para si, era o perfil ideal para o cargo, e foi.
Não “se achasse” e não passaria de uma mera espécie de vendedora ambulante do Círculo de Leitores de Lombadas, mas as “Mulheres de Vermelho”, o braço maçónico feminino deve ter achado que era a hora ideal de a sua acólita avançar, e avançou. Parece-me vê-la, de escola em escola, a vender as “Aventuras da Professora Tijuca de Perna Aberta nas Moitas de Oitavos, à Boca do Inferno”, onde passavam os camionistas, e vazavam os colhões, isto, “da capo”, repetido tantas vezes até as criancinhas, e os leitores para criancinhas, adormecerem.
Agora que é Ministra, substituirá Eça e Camões pelas suas/delas bostadas (Ana Maria Magalhães) e… e esta é a minha grande esperança, pôr livros dela no programa, em vez dos horrores do Saramago: sofrem menos os jovens e quem tem de os ensinar, embora a ignorância da Língua permaneça estacionária, e isso é bom, execelente, “moderno”. Com sorte, e louvando a Bíblia, talvez o Loby Maçónico, com o austero apoio gulbenkeniano a transforme no próximo Nobel da Literatura. A verdade é que se o Saramago tem, por detrás de si, uma fantástica máquina de propaganda, distribuição e venda de lixo, esta não a tem melhor, e noutro nível, não diria “tia”, mas mais “chic”, e nesse patamar eu gosto de discutir, ou seja, temos tudo para nos odiarmos de morte, à cabeça: ela, porque eu nunca a li, nem lerei; eu, porque talvez aconteça que um dos seus assessores lhe ponha, um dia, debaixo do nariz o que eu penso da figura, e a madame não é como a Lurdes, que estava sempre a jeito e ao nível de enxovalho; esta tem um Obama lá dentro, e não admite brincadeiras, é menina de processos disciplinares e perseguições, uma espécie de Margarida Moreira, mas de bairros finos, pelo menos na conceção dela de… “fino”.
Por mim, estou-me, como o Ferro Rodrigues, “cagando”: estou, literalmente, a entrar numa novelíssima fase da minha vida, e isabéis alçadas já eu como, e comi, muitas ao pequeno almoço, desde que me conheço, e assim continuarei.
Num parêntesis, e no esterco que é este “novo” governo de Sócrates, que está todo errado, já que o erro maior está na pessoa do escolhido para Primeiro Ministro, e tudo o resto são meros declives consequentes, uma palavra de elogio para a menina Canavilhas, bem simpática, uma mulher da Cultura, e pianista, o que faz dela, em hipótese, e, neste caso, em tese, uma alma sensível e um bom caráter. É. Faz parte das minhas curiosidades biográficas ter-lhe atribuído um prémio (!), mas hoje não estou para grandes histórias: recordo, com saudades, um regresso de Castelo Branco, onde concordávamos que o melhor “Requiem” de Mozart era o do Hogwood, com as suas vozes infantis, e sequência heteróclita.
Quanto à Alçada, não sei se irei escrever muito mais, já que não vai demorar muito, a ela, conseguir pôr na rua, não 100 000, mas 150 000 professores, e isso vai ser adorável. Porém, como é uma senhora, eu, que seleciono as palavras ao milímetro, quero despedir-me com uma flor, mas uma flor especial, que só se dá a narizes empinados como o dela: querida Isabel Alçada, a nova Sinistra Ministra, receba deste seu Arrebenta, com carinho, amor, devoção e respeito, uma flor, mas uma flor de uma das palavras que mais execro em Português: uma flor de… chulé. Melhor, um título que até podia ser dela: “Aventuras de uma Oportunista toda Perfumada numa Flor de Chulé”. Arrebenta

domingo, 18 de outubro de 2009

O início do ano lectivo

Como ainda é raro ler um jornalista que escreva alguma coisa de
jeito sobre Educação, considero da mais elementar justiça citar este
excerto tirado daqui. As palavras são de Mário Ramires, subdirector do
Sol.


"O ano lectivo começou esta semana, com os costumeiros problemas e
mais um: esse, o da campanha contra a gripe A, eleito matéria
extracurricular de frequência obrigatória e prioridade máxima. Ai do
menino, mesmo do primeiro ano, que desde o primeiro dia de aulas não
saiba o bê-á-bá da gripe. O resto tem tempo.

As escolas mobilizaram-se para distribuir panfletos aos estudantes e
pais, trataram de arranjar salas de isolamento para os casos suspeitos
mesmo quando nem para as aulas há instalações de jeito, esgotaram o
stock de gel desinfectante, perderam horas de trabalho em reuniões de
professores e funcionários para pôr em prática os planos de
contingência.

E as normas procedimentais aí estão, feitas à medida das
possibilidades e do zelo de cada um. E, por isso, variam de escola
para escola.

Nalgumas, os pobres miúdos são obrigados a lavar as mãos a cada
espirro ou tossidela. Noutras, os desgraçados professores são
obrigados a manter em cima da sua secretária um boião de gel que cada
aluno é obrigado a utilizar imediatamente a seguir à entrada na sala
de aula e antes de sair para o recreio - em turmas de quase 30 alunos
não é difícil de imaginar o cenário - e ainda sempre que alguém vai ao
quadro e pega no apagador, no giz ou no apontador que outrem usará a
seguir. E por aí fora.

Ainda está para se saber como será num jogo de voleibol, basquetebol
ou andebol numa aula de educação física duma dessas escolas mais
zelosas: cada jogador terá de lavar as mãos a correr depois de passar
a bola?

Um absurdo é o que é. Perda de tempo e de dinheiro.

O respeito das regras básicas de higiene e alguns cuidados acrescidos
são como os caldos de galinha: não fazem mal a ninguém.

Mas pensar em travar a propagação do vírus por usar e abusar de um gel
desinfectante nas salas de aula é o mesmo que acreditar que o vírus
também faz intervalo durante o recreio - ou os miúdos vão deixar de
cumprimentar-se, beijar-se, empurrar-se, cuspir-se, embrulhar-se à
bulha, de beber do mesmo copo ou da mesma garrafa por causa duma coisa
chamada H1N1?

E bem podem dizer-lhes que as pessoas responsáveis guardam distância
de pelo menos metro e meio em relação aos seus interlocutores - nas
outras campanhas, não andam todos aos beijos e abraços nas feiras, nos
mercados e nas ruas, indiferentes aos riscos pandémicos?

A prova de que tudo não passa de um excesso de zelo e descabido
contra-senso é que, esgotado o milagroso gel e face à sua inexistência
em algumas escolas que não deixaram de abrir, a própria ministra da
Saúde veio descansar os professores, técnicos auxiliares, estudantes e
pais com a garantia de que lavar as mãos com o tradicional sabão azul
é, afinal, suficiente.

Tanta preocupação e tanto investimento com o raio do gel xpto e vai de
lá bastavam umas barras de sabão macaco...

...E, já agora, umas garrafinhas de lixívia. É que as nódoas na
Educação e nas escolas vão muito para além dos excessos com a gripe A.

E devia fazer parte das mais elementares regras de higiene mental
acabar com elas.

Cabe lá na cabeça de alguém, por exemplo, que um professor tenha um
conjunto de turmas de diferentes anos com um total de mais de duzentos
alunos e, destes, quase uma vintena em regimes especiais - que
implicam apoio pedagógico individualizado, adaptações curriculares ou
avaliações diferenciadas - e que ainda tenha de dar aulas de
substituição, receber pais, fazer relatórios individuais sobre os
discentes e o mais a que está obrigado? Por junto, não dá para se
dedicar a cada aluno nem um dia por ano.

Já para não falar das aulas em escolas em plenas obras e em tantas
outras que delas tanto precisam e nunca mais as têm ou daquela em que
o amianto foi retirado das paredes e deixado esquecido no pátio.

Em final de legislatura, é natural que a ministra Maria de Lurdes
Rodrigues já vá lavando daí as suas mãos.

Mas as nódoas que deixa na Educação não saem com gel, nem com sabão
macaco ou pedra-pomes... só com lixívia, que é receita antiga mas
eficaz."



quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Los docentes serán autoridad pública en la Comunidad de Madrid. Es una de las medidas que introducirá la futura Ley de Autoridad del Profesor que la presidenta madrileña, Esperanza Aguirre, va a anunciar mañana en la cámara regional, según fuentes de su Ejecutivo, y cuyo texto llevará al hemiciclo en las próximas semanas. La iniciativa de elevar el rango de los maestros ya la asumió el año pasado la Comunidad Valenciana y existe también, aunque sólo para los directores de los centros escolares, en Cataluña, desde hace unos meses. En el caso de Madrid persigue el objetivo de reforzar la figura del maestro. Al ser reconocidos como autoridad pública, los profesores -al igual que jueces, policías, médicos o los pilotos y marinos al mando de una nave- cuentan con una protección especial. La agresión a uno de ellos está tipificada por el Código Penal como atentado contra la autoridad en los artículos 550 a 553, que recogen penas de prisión de dos a cuatro años.(...)"